Militares
poderão voltar ao trabalho, e responder em total liberdade até o fim do
julgamento
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(foto: José Lucena/Folhapress) |
O Superior Tribunal Militar (STM) concedeu, por
maioria de votos, habeas corpus para nove militares acusados de participação no
fuzilamento do músico Evaldo Rosa, no Rio de Janeiro, no dia 07 de abril, e do
catador Luciano Macedo. A soltura é imediata.
Nove militares que estavam presos em
decorrência do flagrante, tiveram as prisões preventivas decretadas pela juíza
Mariana Campos. A defesa dos acusados alegou que eles confundiram o veículo
dirigido por Evaldo com o de criminosos, que teriam atacado o pelotão cerca de
meia hora antes do fato.
O carro onde estava o artista e a família, foi
atingido por mais de 80 tiros. Luciano passava pelo local, e ao ver os disparos
contra o carro da família, tentou ajudar as vítimas. No entanto, foi baleado e
morreu dias depois em decorrência dos ferimentos.
Durante o julgamento, o relator, Lucio de
Barros Góes, afirmou que "não existe indício de que a liberdade dos
acusados poderia interferir no andamento do processo". Ele foi seguido por
outros nove ministros, de um total de 15 julgadores, sendo que o presidente
vota apenas em casos de empate.
Ao votar pela manutenção da prisão, a ministra
Maria Elizabeth Rocha, afirmou que ficou claro que os militares conheciam os
riscos do ato que cometeram, e nem se quer se aproximaram do veículo para dar
ordem de parada ou rendição. "Todos os militares estavam cientes quando
executaram os atos que foram imputados. O Cabo Araújo afirmou que não houve
ordem do comandante para que os disparos fossem realizados. O risco dessa ação
era evidente. Se exigiria maior cautela ao disparar armas de fogo de grosso
calibre em área urbana", disse.
Fonte: Correio Braziliense