Os
dois políticos da esquerda discutiram durante um debate sobre fascismo em uma
universidade do Pernambuco
O candidato derrotado na última eleição
presidencial, ex-ministro Ciro Gomes (PDT), e a deputada federal Maria do
Rosário (PT/RS) bateram boca na noite dessa segunda-feira (27) por causa do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A briga foi durante um debate
sobre fascismo realizado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em
Recife.
Ciro falava do que chamou de perda de hegemonia
da esquerda e dos erros que considera terem levado à eleição do presidente Jair
Bolsonaro (PSL). De acordo com ele, o fato de o PT ter insistido na candidatura
de Lula, mesmo sabendo que ele seria impedido pela lei, contribuiu para a
derrota da esquerda.
A deputada Maria do Rosário se irritou e pediu
que ele parasse de falar do ex-presidente. “Ciro, você tem que deixar de lado
essa obsessão de falar do Lula, contra o Lula. O Lula está preso, mas é uma
injustiça o que acontece com ele”, disse a petista.
Maria do Rosário disse ainda que Ciro estaria
magoado e que o ex-ministro cearense traz “divisionismo” para o campo deles. A
parlamentar afirmou considerá-lo um grande pensador, mas "magoado", e
que se sente na obrigação de defender Lula.
Autocrítica
Ciro disse que a esquerda precisa de uma
autocrítica. Se referindo ao presidente Jair Bolsonaro, disse ainda que não se
pode fazer apologia ao fascismo como um fenômeno de amor e idolatria de um
personagem exuberante fazendo a apologia que se faz do Lula. O ex-ministro
disse que apoiou Lula por 21 anos e esteve com ele apoiando a disputa de
Fernando Haddad (PT) pela prefeitura de São Paulo.
O pedetista afirmou ainda que, durante a
condução coercitiva de Lula, disse que teria recebido os policiais à bala e que
chegou a defender que o ex-presidente se refugiasse em uma embaixada e
contestasse a Justiça Brasileira para não ser preso. “Eu não falei mal do Lula,
porra. Falei que ele está condenado em segunda instância e não vou mudar o
discurso porque quem não vê a realidade é louco, é pirado”, disse.
Maria do Rosário pediu unidade e disse que não
iria interromper mais. “Mas se eu estou aqui e Lula não está e acho que é uma
injustiça contra Lula, também não posso me calar.” Ciro contestou o fato de o
PT ter sacrificado a candidatura de Marília Arraes pelo PSB ao governo do
Pernambuco. Unidade é o cacete”, disse.
Fonte: Correio Braziliense