O
Jantar promovido pela juventude Partido do Trabalhadores (PT), do qual os
recursos arecadados serão para ajudar a pagar as multas aplicadas pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) a petistas condenados pelo mensalão teve
mais repercussão na mídia e redes sociais que convidados
presentes ao evento.
Dos
170 convites oferecidos, 150 foram vendidos até o final do evento. No entanto,
compareceram cerca de 70 pessoas à Galeteria Gaúcha, restaurante localizado em
um dos barros nobres da cidade. Não havia nenhum nome de expressão na sigla.
Com
ingressos de R$ 100, R$ 200, R$ 500 e R$ 1 mil, o PT arrecadou pelo
menos R$ 15
mil. O valor total, contudo, não foi informado, conforme orientação da direção
nacional do partido.
Do
total levantado, serão retirados os custos do jantar – R$ 46 por pessoa,
inclusos o buffet e bebida não alcoólica.
A
iniciativa beneficia o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-tesoureiro
Delúbio Soares e os deputados José Genoino (SP) e João Paulo Cunha (SP),
condenados a pagar, juntos, R$ 1,8 milhão. Para um dos organizadores, Pedro
Henrichs, porém, o valor não é o mais importante. A intenção era espalhar a
iniciativa pelo País, ideia que já parece ter dados frutos. “O pessoal do Rio
Grande do Sul vai promover um evento semelhante na segunda quinzena desse mês”,
disse.
Sem
tumulto. Apesar do pouco movimento, uma moradora da região que soube do jantar
pelo noticiário, decidiu fazer um protesto silencioso. A advogada Marília
Gabriela Ferreira de Faria, de 31 anos, chegou à porta do restaurante com um
recado escrito em uma folha de papel: “Querem ajudar seus amigos? Dividam com
eles parte da pena restritiva de liberdade”.
Ela
classificou a iniciativa do jantar como imoral, apesar de saber que não é
ilegal. “Quem ajuda bandido também está contribuindo para o crime.” O cartaz
foi deixado na porta do restaurante, até que um dos militantes presentes
retirou a placa.
Marthius
Sávio Lobato, advogado do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato – um
dos condenados pelo STF – foi uma das presenças mais marcantes da noite. Lobato
afirmou ter comparecido a convite do PT Brasília, não tendo contribuído como a
arrecadação. No discurso ele ressaltou que não houve desvio de recursos
públicos no mensalão. “Direito e Justiça não podem ser separados. O processo
não terminou. Há batalhas a serem enfrentadas. Todos sabemos de fato o que
ocorreu ao longo do processo, que demonstra que houve injustiça.”
Fonte:
Blog do Cafezinho e Jornal de Brasília
