Durante o julgamento do
mensalão, no Supremo Tribunal Federal (STF), José Borba foi condenado a dois
anos e seis meses de reclusão pelo crime de corrupção passiva, mas sua pena
acabou convertida em restrição de direitos. No auge do escândalo político, o então
líder do PMDB – hoje ele é filiado ao PP – recebeu 200 000 reais do esquema do
valerioduto. Ele chegou a ir pessoalmente a uma agência do Banco Rural em
Brasília para sacar a propina, mas se recusou a assinar o comprovante de
pagamento, o que motivou que Simone Vasconcelos, braço direito de Marcos
Valério, tivesse de viajar de Belo Horizonte a Brasília para entregar em mãos o
dinheiro. José Borba renunciou ao cargo em
2005, para escapar da cassação, mas
não conseguiu se eleger para a Câmara no ano seguinte. ...Julgamento
Ex-prefeito do pequeno município de Jandaia do Sul, Borba foi acusado pelo Ministério Público de reajustar o salário do funcionalismo público às vésperas das eleições de
Em uma eleição apertada (foram apenas 877 votos de diferença entre o primeiro e o segundo colocado), José Borba conseguiu eleger seu candidato no pleito de outubro. Mas a justiça eleitoral considerou que Carneiro da Metafa foi claramente beneficiado com os reajustes salariais promovidos pelo então prefeito. Em decisão individual tomada nesta terça, o juiz João Gustavo Rodrigues Stolsis também determinou a cassação do diploma do prefeito eleito e de seu vice, Leandro de Souza Silva, e a diplomação e posse do segundo colocado nas eleições, Benedito José Pupio.
“O abuso do poder interfere na tomada de decisão por parte do eleitor, com isso afrontando um dos pilares do estado democrático de direito. O aumento concedido aos servidores talvez fosse realmente justo, mas porque deixar para concedê-lo em momento tão próximo à eleição? A finalidade eleitoral do ato fica evidente”, disse o juiz em sua decisão contrária a Borba. Cabe recurso contra a condenação.
Por Laryssa Borges
Fonte:
Veja.com - Blog do Reinaldo Azevedo - 17/01/2013