O colegiado
deverá ouvir Fernando Cavendish e Luiz Antônio Pagot. Segundo parlamentares,
eles são peças fundamentais para explicar a extensão do esquema montado pelo
bicheiro Carlinhos Cachoeira. Além de CPI, Senado faz esforço concentrado
Desde que a CPI do Cachoeira retomou seus trabalhos
neste segundo semestre, dois depoentes são aguardados com bastante ansiedade
pelos parlamentares que integram o colegiado. O ex-diretor-geral do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) Luiz Antônio Pagot
foi convocado para depor na terça-feira (24). Na quarta-feira (25), quem deverá
comparecer no colegiado é o ex-diretor e sócio da Delta Construções, Fernando
Cavendish. ...
Instalada em 25 de abril, a CPI pode ter dois de seus depoimentos mais importantes, já que ambos são considerados “arquivos vivos” sobre a relação da Delta com o esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Pagot, que já havia declarado que quer falar à CPI, deverá explicar os contratos do órgão que geria junto à construtora. No mesmo
dia, será ouvido também o empresário Adir Assad,
apontado como operador da Delta nos procedimentos de lavagem de dinheiro. Ele é
dono das empresas JSM Terraplanagem e SP Terraplanagem, suspeitas de serem
“laranjas” e de terem recebido dinheiro público da Delta. O empresário entrou
com um pedido de habeas corpus junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para
permanecer calado no colegiado.Instalada em 25 de abril, a CPI pode ter dois de seus depoimentos mais importantes, já que ambos são considerados “arquivos vivos” sobre a relação da Delta com o esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Pagot, que já havia declarado que quer falar à CPI, deverá explicar os contratos do órgão que geria junto à construtora. No mesmo
Apesar de muito aguardado, Cavendish pode decepcionar os parlamentares. Ele impetrou junto ao STF um pedido de habeas corpus para não comparecer à reunião. Segundo o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), já é esperado que o empresário não colabore com as investigações. A Delta é uma das maiores construtoras do país e a maior detentora de contratos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo. De acordo com investigações da Polícia Federal, a empresa desviou milhões para empresas de fachada ligadas a Carlinhos Cachoeira.
Para falar na quarta, também foi convocado o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, que teria sido cooptado como braço da quadrilha na empresa responsável pelo desenvolvimento Rodoviário em São Paulo. Ele é acusado de ter atuado junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) em busca de recursos para a campanha de José Serra à Presidência.
Na sexta-feira passada (24), a comissão recebeu a “videoteca do Cachoeira”, um conjunto de vídeos apreendidos durante a Operação Monte Carlo, que desvendou um esquema criminoso que inclui tráfico de influência, lavagem de dinheiro, corrupção de agentes públicos e até sequestro. Os vídeos foram produzidos pela quadrilha e estarão disponíveis para consulta dos parlamentares integrantes da CPI a partir desta semana. O material pode revelar a participação de outros investigados, bem como reforçar as evidências de envolvimento daqueles flagrados em interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça.
Por Mariana Haubert
Fonte: Congresso em Foco - 27/08/2012