sexta-feira, 20 de abril de 2012

Presidente da Câmara sugere quebra de sigilos como primeira medida para CPI do Cachoeira



Proposta é de quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico de todos acusados


O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), defendeu nesta sexta-feira (20) que a CPMI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Cachoeira adote, como primeira medida de trabalho, o pedido de quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico de todas as pessoas acusadas de envolvimento com o esquema montado pelo empresário de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

— Eu começaria a investigação quebrando os sigilos fiscal, bancário e telefônico de todos aqueles que tiveram qualquer tipo de contato com o Cachoeira, mas essa decisão cabe ao relator [da CPMI].

Ele voltou a negar interferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do Palácio do Planalto na composição ou no andamento da comissão parlamentar de inquérito.


— Nunca fui consultado, ou recomendado, pelo presidente Lula ou pela presidenta Dilma [Rousseff]. Essa questão que foi levantada, de que há interferência para turbinar ou abafar a CPMI, faz parte da imaginação de alguns.

Segundo Marco Maia, a CPMI vai cumprir seu papel de investigar, mas, como é óbvio, haverá o debate político. 

— Essa não é uma CPMI que estabeleça disputa entre governo e oposição. Queremos acabar com esse poder paralelo criado pelo Cachoeira.

O líder do PT na Casa, deputado Jilmar Tatto (SP), também negou interferência externa em relação à CPMI. 

— Nenhuma [interferência do ex-presidente Lula]. É um assunto interno da bancada. O governo, em relação à CPMI, não está se metendo, interferindo, ainda mais nos nomes da bancada do PT.

Apesar de dizer que já tem na cabeça os nomes do partido que integrarão a CPMI do Cachoeira, o líder petista informou que só vai anunciar os escolhidos na próxima terça-feira (24), quando encerra o prazo para as indicações partidárias.

Quanto à indicação do partido para a relatoria da comissão que vai investigar a relação de políticos, agentes públicos e privados com o esquema de Carlinhos Cachoeira, Tatto negou que haja dificuldade para a escolha de um nome. 

— Temos pelo menos seis ou sete nomes que podem ser o relator.

Na última quinta-feira (19), o PMDB anunciou que o senador Vital do Rego (PB) presidirá a CPMI.