Um hacker invade a rede de
computadores da Usina de Itaipu, no Paraná, e paralisa as geradoras de energia,
causando um apagão geral. A situação é fictícia, mas o Brasil está se
preparando para reagir a ataques desse tipo. O Exército apresentou ontem o Simulador
Nacional de Operações Cibernéticas, que treinará militares para eventuais
guerras eletrônicas. O país ainda não sofreu uma grave invasão, mas casos em
outros países dão a dimensão do problema. Em 2010, o Irã foi vítima do primeiro
ataque
militar cibernético da história. Um vírus chamado Stuxnet infectou os
sistemas de operação de uma usina de enriquecimento de urânio, o que atrasou em
anos o desenvolvimento do programa nuclear do país. O Teerã atribui a ação a
adversários, como os Estados Unidos e o Iraque. ...“Com o crescimento do Brasil, tornando-se uma potência, acabamos virando possíveis alvos”, diz o general Antonino dos Santos Guerra Neto, comandante do Centro de Comunicações de Guerra Eletrônica do Exército. O simulador, que custou R$ 5 milhões e foi produzido pela empresa brasileira Decatron, cria cenários fictícios de ataques e os militares são obrigados a contorná-los.
O simulador também pode ser usado por empresas privadas. Segundo o diretor de negócios da Decatron Bruno Melo, os crimes cibernéticos movimentam hoje mais dinheiro que o tráfico internacional de drogas. Pesquisa feita pela instituição americana Norton, especializada em antivírus, em 2011, revela que 80% dos adultos brasileiros já foram vítimas e o prejuízo é avaliado em US$ 15 bilhões.
Fonte:
Correio Braziliense - 23/01/2013