quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

GDF executou menos da metade do orçamento previsto

Governo gatou pouco nos últimos três anos. Prioridades foram urbanismo e transporte público. (Foto: Reprodução da Internet)



Levantamento no sistema de acompanhamento da aplicação dos recursos públicos indica que, nos últimos três anos, o GDF executou menos da metade do que previu para investimentos. Apesar disso, em 2012 o Executivo conseguiu avançar em relação aos exercícios anteriores. No ano passado, destinou menos de 45% do previsto no Orçamento em melhorias (em 2011, foram apenas 30%). Dos R$ 3,5 bilhões estimados e aprovados pelos deputados distritais, apenas R$ 1,5 bilhão virou realidade. O estudo mostra também que a administração petista privilegia melhorias em infraestrutura. Do total, R$ 1,19 bilhão—correspondente a 76% do montante aplicado—foi destinado a urbanismo e transporte.

Em 2010, ano da crise provocada pela Operação Caixa de Pandora, quando o Orçamento esteve sob a gestão de quatro diferentes governadores, o nível de
investimentos foi de 39%. Essa proporção foi ainda mais baixa em 2011, no primeiro ano da atual gestão, quando apenas R$ 3 em cada R$ 10 destinados foram aplicados. A previsão era de R$ 3.181.760.978. Dessa estimativa, o governo executou R$ 974,8 milhões, em 2011. Os dados são do Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo), levantados pelo gabinete do deputado distrital Chico Leite (PT).

O secretário de Planejamento do DF, Luiz Paulo Barreto, apresentou, no início do ano, os números de 2013. Ele anunciou a expectativa do governo em investir R$ 3,2 bilhões neste ano, conforme estabelece a Lei Orçamentária aprovada pela Câmara Legislativa. Para este ano, há algumas novidades que podem, segundo ele, dar maior eficiência na execução dos recursos. São duas medidas principais: a criação de uma lista com 70 projetos estratégicos que serão acompanhados com lupa pelo governo e uma maior autonomia do Executivo em relação à destinação de recursos previstos para essas prioridades. Estão nessa reserva a construção do trevo da Ponte do Braguetto e outras obras de infraestrutura no Balão do Torto e Colorado, a conclusão do Estádio Nacional Mané Garrincha, entre outros.

No caso desses empreendimentos, o governador Agnelo Queiroz poderá remanejar verba a qualquer tempo por decreto, de forma que recursos de um projeto possam ser transferidos para outro, a depender do ritmo e da viabilidade das obras. “Se uma obra está bem colocada, obedecendo o cronograma, vamos continuar aportando recursos. Se uma outra obra parou em razão de uma ação judicial, por exemplo, vamos reduzir o aporte e alocar na outra, permitindo que tenha mais fôlego. A gestão de uma carteira de investimentos é uma maneira rápida, inteligente e eficiente de executar o orçamento”, afirma Barreto.

Desde maio do ano passado, os investimentos do GDF são definidos e monitorados pela Junta de Gestão Orçamentária, coordenada pelo chefe da Casa Civil, Swdenberger Barbosa, e tendo como integrantes os secretários de Planejamento e de Fazenda, Adonias dos Reis Santiago. Cada centavo é autorizado pelo órgão, sempre levando em conta uma ação estratégica de governo, de acordo com um plano político de Agnelo. Para o deputado Chico Leite, planejamento e eficiência são fundamentais para que o Orçamento deixe de ser uma peça de ficção, uma expectativa que não se concretiza. “O governo precisa se organizar para fazer crescer a execução financeira na proporção das necessidades da população”, sustenta o petista.

Obras
Em 2012, o maior investimento foi a construção do Estádio Nacional, que recebeu R$ 547 milhões dos R$ 652 milhões previstos no orçamento. Neste ano, a expectativa é de aplicar mais R$ 444,3 milhões na obra. A arena será palco da estreia, em junho, da Copa das Confederações, uma prévia da Copa do Mundo, com a partida entre as seleções brasileira e japonesa. O governo aplicou também R$ 306 milhões com obras de urbanização em todo o DF.

No total, investiu R$ 952,1 milhões em urbanismo—incluindo nessa rubrica a reforma do estádio — e R$ 240,7 milhões em obras de transporte. Esse é o principal tema de 2013, ano das construções de grande visibilidade, na véspera da disputa eleitoral. Agnelo será candidato à reeleição e espera que a eficiente execução do orçamento seja um dado a ser apresentado junto com as realizações.

A intenção é exibir à população uma gestão voltada para a infraestrutura, como ficaram marcados dois antecessores do governo petista, Joaquim Roriz e José Roberto Arruda. Na lista dos projetos de 2013, que Agnelo pretende inaugurar no fim do ano, está a conclusão do BRT (corredor exclusivo para ônibus articulados) que ligará as cidades do Gama e Santa Maria ao Plano Piloto.



Fonte: Jornal de Brasília