POR GLEISSON COUTINHO
Nos bastidores da política local, a disputa por espaço e poder tem mostrado que lealdade é um artigo cada vez mais raro. O que antes parecia um grupo unido em torno de um mesmo projeto político começa a se fragmentar diante da proximidade do período eleitoral. Pré-candidatos que, até pouco tempo atrás, se apresentavam como aliados firmes de um determinado líder político, agora são vistos articulando em outras frentes, firmando novos conchavos e até disparando críticas públicas contra aquele que os lançou na arena política.
A movimentação evidencia o que muitos chamam de “traição política”, mas que, na prática, revela o lado mais cru da disputa pelo poder: a conveniência. Enquanto discursos inflamados de lealdade e parceria são repetidos em palanques e reuniões, nos bastidores o cenário é outro. Reuniões secretas, acordos velados e promessas de apoio em troca de benefícios políticos se tornam rotina.
Um
observador experiente do cenário político resume:
“Não é incomum ver aliados de ontem se tornando inimigos de hoje. A política é feita de interesses, e quando os interesses mudam, mudam também as alianças.”
O
comportamento tem causado desconforto entre apoiadores fiéis e militantes de
base, que se sentem traídos ao ver antigos companheiros mudarem de lado por
conveniência eleitoral. Muitos lembram que esses mesmos pré-candidatos, há
poucos meses, defendiam com veemência o nome e as propostas do político a quem
agora atacam.
Analistas
destacam que a prática, apesar de antiga, causa desgaste público e mina a
credibilidade dos envolvidos. Em tempos de redes sociais e vigilância
constante, a incoerência política se torna visível e rapidamente julgada pelo
eleitorado.
O
eleitor, cada vez mais atento, tem um papel fundamental nesse processo. Cabe a
ele identificar quem realmente defende um projeto por convicção e quem se move
apenas conforme a direção do vento político.
No fim
das contas, como diz o velho ditado, “na política, não há amigos eternos,
apenas interesses permanentes”. Mas quando a traição acontece tão cedo,
antes mesmo das urnas serem abertas, o que se vê é menos estratégia e mais
oportunismo e o público percebe.
Fonte: A redação