O presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), assumirá a partir desta quinta-feira (13) a presidência
interina do país. Quarto na linha sucessória, Sarney voltará ao posto ocupado
por ele 22 anos atrás devido a viagens internacionais da presidente Dilma Rousseff,
do vice-presidente, Michel Temer, e do presidente da Câmara, Marco Maia
(PT-RS). Ele fica no cargo até sábado (15), quando Dilma retorna ao Brasil.
Nesta terça,
Sarney disse que não tem planos para o período em que será presidente em
exercício. "Eu apenas vou cumprir uma exigência constitucional, que diz
que quando o presidente, o vice-presidente e o presidente da Câmara estão
ausentes, assume o presidente do Senado. Mas é uma coisa de rotina",
afirmou.
Sarney disse
ainda que não se sente voltando à Presidência. "Eu me
sinto já tendo saído
da Presidência", afirmou.
Dilma está em
viagem oficial à França desde domingo (9). De lá, ela seguirá para Moscou, na
Rússia, e só deverá retornar ao Brasil no sábado (15), segundo informou
assessoria do Planalto.
O
vice-presidente, Michel Temer, embarcará nesta quarta-feira (12) à noite para
Lisboa, onde participa das comemorações do ano do Brasil em Portugal. Ele tem
audiência na sexta-feira (14) com o presidente Aníbal Cavaco Silva, e encontro
com empresários e parlamentares portugueses, segundo assessoria da
vice-presidência.
Temer e Dilma
poderão se encontrar em Lisboa no sábado, porque a presidente deverá fazer uma
escala em Portugal antes do retorno ao Brasil, informou a assessoria de Temer.
Com Dilma e
Temer fora do país, quem assumiria o cargo máximo da República seria o
presidente da Câmara, Marco Maia, mas ele viajará na quinta-feira (13) para o
Panamá, onde participa de uma reunião do Parlamento do Mercosul. O retorno de
Maia está previsto para a noite de domingo, segundo informou sua assessoria.
José Sarney,
portanto, ficará na presidência a partir do momento em que Maia deixar o
território brasileiro, nesta quinta-feira pela manhã, até o retorno da
presidente Dilma, no sábado.
Governo Sarney
O maranhense José Sarney, 82 anos, tomou posse na Presidência da República em 1985. Ele assumiu após a morte, em abril, de Tancredo Neves que fora eleito presidente pelo PMDB. À época, Sarney foi lançado vice pela Frente Liberal, remanescente da Arena, para captar apoio governista.
Foi o
primeiro governo civil após o regime militar de 1964. Também durante o mandato,
em 1986, foram realizadas as eleições para a Assembleia Nacional Constituinte,
que promulgou a atual Constituição Brasileira em 1988.
Na economia,
o período foi marcado por alta inflação e recessão econômica. Sucessivos planos
não conseguiram conter a alta de preços, que chegou a 1.973% em 1989 (em 2011,
foi de 6,5%). Ao final do mandato, Sarney suspendeu o pagamento da dívida
externa. Em 1990, Collor assume e, para tentar consertar a economia, decreta
confisco das poupanças.
Após deixar a
Presidência, Sarney elegeu-se senador três vezes consecutivas, tendo sido
eleito presidente do Senado por quatro vezes.