Escaldados depois de várias Comissões
Parlamentares de Inquérito (CPIs), os grandes caciques partidários planejam
ficar longe da CPI que irá investigar as relações do empresário Carlos Augusto
Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a ser instalada esta semana. O líder do PMDB,
Renan Calheiros (AL), por exemplo, avisa que não pretende compor o colegiado.
“Líder pode falar a qualquer hora. Não serei da CPI. Nunca quis ir para a CPI”,
afirma. Na mesma linha seguem o líder do governo, Eduardo Braga, e o ex-líder
do governo Romero Jucá (PMDB-RR). Jucá, cogitado para ser presidente da
comissão, comunicou ao líder que considera a função de relator do Orçamento
trabalhosa demais para dividir a atenção. Quanto a Braga, entretanto, o martelo
não está batido.
O PMDB tem cinco vagas de titulares na CPI. Um deles
será o presidente da comissão, Vital do Rêgo (PB). Outra vaga será cedida ao PP
e ficará com o senador Ciro Nogueira (PI). As outras três ainda não estão
definidas. Além de Eduardo Braga, um dos nomes a ser incluídos deve ser o do
senador Clésio Andrade (MG), presidente da Confederação Nacional dos
Transportes (CNT). Clésio é cristão-novo nas hostes peemedebistas. Durante a
crise que tirou o PR do Ministério dos Transportes, ele estava no partido, o
mesmo do ex-ministro Alfredo Nascimento.