Com a assinatura de onze deputados distritais, a
Câmara Legislativa criou nesta terça-feira (24) a CPI da Arapongagem, que vai
investigar suspeitas de escutas clandestinas no Distrito Federal, entre o
período de 2006 a
2012. O requerimento que deu origem à Comissão Parlamentar de Inquérito, lido
em plenário nesta tarde, foi assinado após reunião de parlamentares na
presidência da Casa, quando o texto foi apresentado aos distritais.
De acordo com o documento, a
Comissão Parlamentar de Inquérito vai “investigar o suposto acesso e/ou a
utilização indevida de dados e a violação de sigilo das comunicações
ambientais, telefônicas e telemáticas de autoridades, servidores públicos,
jornalistas e demais pessoas físicas e jurídicas do DF”. A CPI da Arapongagem
terá 180 dias para elaborar seu relatório final e será composta por cinco
membros, indicados de acordo com a proporcionalidade dos blocos parlamentares
da CLDF.
Assinaram o requerimento os
deputados Aylton Gomes (PR), Celina Leão (PSD), Cláudio Abrantes (PPS), Eliana
Pedrosa (PSD), Joe Valle (PSB), Liliane Roriz (PSD), Israel Batista
(PDT), Robério Negreiros (PMDB) e Washington Mesquita (PSD) e Patrício
(PT) _ presidente da Câmara Legislativa e o único do partido do
governador Agnelo Queiroz a apoiar a CPI.
Repercussão – Após a reunião na presidência, os deputados falaram com a imprensa. Eliana Pedrosa disse que o governador pediu aos deputados para que não assinassem o requerimento e que havia uma carta do PT recomendando à base do governo para que não assinasse a criação da CPI. “O argumento é de que já está tudo esclarecido e que não existe nada de arapongagem. Eu acho que existe”, disse a deputada.
Repercussão – Após a reunião na presidência, os deputados falaram com a imprensa. Eliana Pedrosa disse que o governador pediu aos deputados para que não assinassem o requerimento e que havia uma carta do PT recomendando à base do governo para que não assinasse a criação da CPI. “O argumento é de que já está tudo esclarecido e que não existe nada de arapongagem. Eu acho que existe”, disse a deputada.
O líder do PT na Câmara,
Chico Vigilante, defendeu que a CPI não fosse criada, uma vez que a Casa não
teria estrutura e condições para fazer uma investigação sobre escutas ilegais.
Vigilante disse ainda que as denúncias devem ser alvo da Polícia Federal. “Não
há arapongas no governo Agnelo, não podemos passar por mais uma desmoralização
com uma CPI que não vai dar em nada”.
Já o líder do governo na
Câmara, Wasny de Roure (PT), disse que o governador pediu para que a CPI não
fosse implantada porque a Legislativo estaria se “desviando da realização de
sua funções precípuas”. Ele argumentou que os distritais tem votações
importantes para fazer em plenário, como a apreciação das contas dos
governadores desde 2003.
Celina Leão disse que o
governo “está com medo” e questionou o posicionamento dos deputados que mudaram
de opinião e não assinaram o requerimento de criação da CPI. “Semana passada
todos iriam assinar”, disse a deputada. Ela explicou que a redução do período
de investigação que começaria em 2002 foi para evitar perda de foco.
O presidente da Câmara
Legislativa, deputado Patrício, disse que não seguiu a recomendação do PT
porque agiu como presidente do Poder legislativo. “Agi com isenção e firmeza,
como se espera do chefe do Poder Legislativo”, afirmou Patrício.
Fora da
base – O deputado
Israel Batista (PDT) anunciou nesta terça-feira (24) que seguiu a decisão da
Executiva Nacional de seu partido para que deixasse a base de apoio ao governo
Agnelo. Israel avisou que terá postura independente. Os deputados da base
governista lamentaram a saída do distrital, que foi elogiado como grande quadro
da Câmara Legislativa.
Bruno Sodré de Moraes – Coordenadoria de
Comunicação Social