Se for considerada inidônea, empresa fica
proibida de assumir obras do governo
A
Controladoria Geral da União (CGU) abriu ontem um processo administrativa
contra a construtora Delta, acusada de irregularidades em vários contratos com
o governo federal. Segundo a CGU, a decisão de instaurar o processo tem por
base duas operações: a Monte Carlo, conduzida pela Polícia Federal (PF) este
ano, e a Mão Dupla, feita em conjunto pela PF e pela própria CGU em 2010. Caso
seja considerada inidônea ao final da investigação, a empresa será proibida de
firmar novos contratos com o governo federal. A portaria, assinada pelo
ministro-chefe da CGU, Jorge Hage, deve ser publicada hoje no Diário Oficial da
União. ...
A Delta aparece na investigação por suas ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso pela PF na Operação Monte Carlo em fevereiro. Mas desde agosto de 2010, quando veio a público a Operação Mão Dupla, o governo já tinha conhecimento de graves irregularidades envolvendo a Delta. Apesar disso, a decisão para investigar a empresa foi tomada apenas na última sexta-feira, após reunião entre a CGU e a Casa Civil da Presidência da República.
Ontem, o GLOBO mostrou que, mesmo sabendo de desvios de R$ 5 milhões descobertos com a Operação Mão Dupla, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) fechou, desde então, outros 31 contratos com a Delta, no valor total de R$ 758 milhões.
Essa operação identificou em agosto de 2010 um esquema de fraudes em licitações, superfaturamento, desvio de verbas, pagamento de propina, pagamentos indevidos e uso de material de qualidade inferior ao contratado em obras de infraestrutura rodoviária sob responsabilidade do Dnit no Ceará. Na época, a investigação resultou na prisão do então superintendente do órgão no estado, Joaquim Guedes Martins Neto, e do diretor da Delta Aluízio Alves de Souza.
No domingo, o Dnit justificou os novos contratos dizendo que vai esperar a decisão da Justiça e da CGU para tomar medidas em relação à Delta. Ontem, o diretor-geral do Dnit, Jorge Fraxe, voltou a sustentar a mesma posição.
- Cabe ao Dnit somente acatar as determinações dos órgãos de controle. O Dnit não fará nada à revelia dos órgãos de controle - afirmou.
A CGU informou que, durante o processo, a Delta terá direito à ampla defesa e ao contraditório. No caso dos contratos em andamento, analisará caso a caso para verificar se é melhor interrompê-lo.
Por André de Souza
A Delta aparece na investigação por suas ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso pela PF na Operação Monte Carlo em fevereiro. Mas desde agosto de 2010, quando veio a público a Operação Mão Dupla, o governo já tinha conhecimento de graves irregularidades envolvendo a Delta. Apesar disso, a decisão para investigar a empresa foi tomada apenas na última sexta-feira, após reunião entre a CGU e a Casa Civil da Presidência da República.
Ontem, o GLOBO mostrou que, mesmo sabendo de desvios de R$ 5 milhões descobertos com a Operação Mão Dupla, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) fechou, desde então, outros 31 contratos com a Delta, no valor total de R$ 758 milhões.
Essa operação identificou em agosto de 2010 um esquema de fraudes em licitações, superfaturamento, desvio de verbas, pagamento de propina, pagamentos indevidos e uso de material de qualidade inferior ao contratado em obras de infraestrutura rodoviária sob responsabilidade do Dnit no Ceará. Na época, a investigação resultou na prisão do então superintendente do órgão no estado, Joaquim Guedes Martins Neto, e do diretor da Delta Aluízio Alves de Souza.
No domingo, o Dnit justificou os novos contratos dizendo que vai esperar a decisão da Justiça e da CGU para tomar medidas em relação à Delta. Ontem, o diretor-geral do Dnit, Jorge Fraxe, voltou a sustentar a mesma posição.
- Cabe ao Dnit somente acatar as determinações dos órgãos de controle. O Dnit não fará nada à revelia dos órgãos de controle - afirmou.
A CGU informou que, durante o processo, a Delta terá direito à ampla defesa e ao contraditório. No caso dos contratos em andamento, analisará caso a caso para verificar se é melhor interrompê-lo.
Por André de Souza
Fonte:
Jornal O Globo - 24/04/2012