Desde que foi transferido para Pinhais,
no entanto, há três semanas, o peemedebista vem dando sinais de abatimento por
estar num regime mais restrito, sozinho numa cela e privado do contato com os
demais presos, inclusive no banho de sol
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Incomodado com o andamento de seus processos, Cunha decidiu se dedicar exclusivamente a estudar sua defesa e orientar os advogados |
Durante
o tempo em que permaneceu na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, o
deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) passou a exercer voz de comando e
organizar os afazeres do dia no local, segundo investigadores.
Desde
que foi transferido para Pinhais, no entanto, há três semanas, o peemedebista
vem dando sinais de abatimento por estar num regime mais restrito, sozinho numa
cela e privado do contato com os demais presos, inclusive no banho de sol. Na
carceragem da PF, Cunha tinha mais liberdade de circulação e não se sentia tão
isolado.
Enquanto
esteve em Curitiba, conviveu com Olívio Rodrigues e Luiz Eduardo Soares, dois
delatores que atuaram no Setor de Operações Estruturadas, o departamento da
propina da Odebrecht. Ambos foram soltos no mesmo dia
em que Cunha foi
transferido para o Complexo Médico-Penal de São José dos Pinhais.
A
defesa do peemedebista foi contrária à mudança. Reclamou que implicaria contato
mais restrito com os advogados e, em recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF),
afirmou que a transferência para o presídio tinha o objetivo de pressioná-lo a
fazer um acordo de delação premiada.
Incomodado
com o andamento de seus processos, Cunha decidiu se dedicar exclusivamente a
estudar sua defesa e orientar os advogados.
Livro
O
peemedebista abandonou, por tempo indeterminado, a ideia de escrever um livro,
que, segundo ele, contaria os bastidores do impeachment da petista Dilma
Rousseff e seria seu "presente de Natal" aos inimigos políticos.
Envolvido
com os detalhes da defesa, Cunha chegou a comentar com interlocutores que
embora discorde das decisões do juiz Sérgio Moro e do modo como o magistrado
atua no processo, enxerga nele um profissional bem preparado. Segundo relatos,
o peemedebista percebeu que o juiz que comanda a Lava Jato lê todas as longas
petições e disse que Moro se diferencia dos demais magistrados pela
"inteligência".
Sobre
a disputa entre sua defesa e os acusadores, Cunha tem dito que alcançou
vitórias, em especial, ao ver tanto as testemunhas de acusação como as de
defesa negarem sua responsabilidade na nomeação de Jorge Zelada para a
diretoria de Internacional da Petrobras.
Conforme
relato do deputado cassado a interlocutores, isso exclui o ato de ofício
necessário para imputação do crime de corrupção.
Fonte:
Agência Estado