Presidente foi vaiada em
evento nesta semana e será alvo de manifestação. Para senador do PSDB, petista
‘não pode mais andar pelas ruas do país’.
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Para Aécio, presidente da República não tem mais condições de 'andar pelas ruas do país'. (Foto: Paulo Melo/G1) |
O senador Aécio Neves (MG), presidente
nacional do PSDB, afirmou nesta quarta-feira (11), em entrevista no Congresso
Nacional, que os protestos contra o governo e as vaias recentes à presidente Dilma Rousseff revelam que a
petista está “sitiada” e não pode mais “andar pelas ruas” do país. Nesta terça
(10), Dilma foi hostilizada ao visitar estandes da 21ª Edição do Salão
Internacional da Construção, em São Paulo.
“Uma presidente que participa
de uma inauguração sem público e é vaiada é como se fosse convidada para um
jantar na casa de alguém correndo o risco de os garçons vaiarem. Temos hoje uma
presidente sitiada, que não pode andar pelas ruas do Brasil”, declarou o
tucano, que foi derrotado por Dilma na eleição presidencial do ano passado.
Para Aécio, a presidente
“paga o preço pela mentira e pela arrogância”. “Quantas vezes durante a
campanha eleitoral eu disse à presidente Dilma: ‘peça desculpas ao Brasil pelo descalabro
na Petrobras’. E ela dizia: ‘nada acontece na Petrobras’. Quantas vezes eu
disse: ‘admita que a inflação não está sob controle’ e ela dizia que estava sob
controle”, exemplificou.
Antes das vaias no evento em
São Paulo, uma manifestação de protesto contra o governo já havia deixado o
Palácio do Planalto em alerta. No domingo (8), durante pronunciamento de Dilma
em cadeia nacional de rádio e TV, houve panelaço, gritos e vaias em diversas
cidades do país.
Na sessão do Congresso
Nacional desta quarta-feira, deputados da oposição discursaram na tribuna em
defesa dos protestos e criticaram a presidente Dilma. Já senadores e deputados
do PT classificaram as manifestações de “golpistas”.
Impeachment
Apesar das críticas à chefe do Executivo, Aécio Neves afirmou na manhã desta quarta-feira que o pedido de impeachment contra Dilma "não está na agenda do PSDB". No entanto, ao final de encontro da Executiva Nacional do partido, em Brasília, o partido divulgou nota em que manifesta "irrestrito apoio" aos protestos contra o governo de Dilma.
Apesar das críticas à chefe do Executivo, Aécio Neves afirmou na manhã desta quarta-feira que o pedido de impeachment contra Dilma "não está na agenda do PSDB". No entanto, ao final de encontro da Executiva Nacional do partido, em Brasília, o partido divulgou nota em que manifesta "irrestrito apoio" aos protestos contra o governo de Dilma.
"Nós não proibimos e nem
estamos proibidos de dizer a palavra impeachment, ela apenas não está na agenda
do PSDB", disse Aécio. "Agora, desconhecer que setores da sociedade
defendem essa tese, é desconhecer a realidade. Mas essa não é a agenda, neste
momento, do PSDB", complementou.
"O que nós combatemos é
o estelionato eleitoral. Um governo que agora toma medidas absolutamente no
campo oposto daquelas que defendia durante a campanha eleitoral",
ressaltou o senador.
Ao comentar o
"panelaço" e as manifestações previstas para o próximo domingo (15)
em diversas cidades, Aécio disse que os protestos estão sendo organizados
"de forma apartidária por vários setores da sociedade brasileira."
Após o protesto, o PT divulgou texto em que o
secretário de comunicação do partido, José Américo Dias, e o vice-presidente e
coordenador das redes sociais da legenda, Alberto Cantalice, disseram que os
vídeos que convocaram o "panelaço" indicam que a mobilização foi
financiada pela oposição.
"Tem circulado clipes
eletrônicos sofisticados nas redes, o que indica a presença e o financiamento
de partidos de oposição a essa mobilização", afirmou José Américo.
"Mas foi um movimento restrito que não se ampliou como queriam seus
organizadores."
Aécio também aproveitou a
ocasião para criticar "setores da vida nacional" que, segundo Aécio,
querem dizer "apenas por interesses partidários sobre o que se pode ou não
protestar".
"O Brasil vive no pleno
estado de direito e o PSDB estará ao lado de milhares de brasileiros em todas
as regiões do país com seus militantes, simpatizantes, com várias das seus
lideranças participando dessa manifestação", afirmou.
Apesar de declarar apoio às
manifestações, o tucano disse que não participará de nenhuma ação de rua no
domingo. Conforme Aécio, a opção por não participar dos protestos foi feita
"para não dar força a esse discurso de que estamos vivendo um terceiro
turno no Brasil."
Fonte:
G1