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quarta-feira, 17 de abril de 2013

PPS desautoriza críticas a Agnelo


A Executiva Regional do PPS desautorizou o presidente regional do partido, Chico Andrade, pelas críticas que a própria legenda tem feito ao governo de Agnelo Queiroz (PT). Em decisão tomada na tarde de segunda-feira, seis integrantes aprovaram uma advertência contra as inserções partidárias veiculadas nas últimas semanas com ataques à gestão da saúde pública no DF. A posição deliberada é de que tais acusações refletem opiniões pessoais de Andrade, que não teriam sido discutidas nas instâncias da legenda. A resolução estabelece também que o presidente do PPS-DF não participará como delegado do partido na convenção nacional marcada para hoje, que deverá referendar a fusão com o PMN. ...

Dois integrantes do PPS, o secretário-geral, Lula Marques, e Irina Istorni, deverão representar o partido. Escolhido presidente numa intervenção federal na
sigla, Chico Andrade não poderá participar do debate que vai mudar os rumos do PPS, segundo aprovou a Executiva Regional. Ele tem dado um tom de oposição dura à administração de Agnelo e assina uma representação encaminhada ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) com pedido de investigação sobre a atuação do secretário de Saúde, Rafael Barbosa, na administração dos hospitais e centros de saúde.

Essa postura provocou uma represália do Executivo local na última sexta-feira. Agnelo exonerou Geraldo Magela do cargo de secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano para que o petista assumisse o mandato na Câmara dos Deputados. A intenção foi tirar do PPS um mandato no Congresso. Suplente na coligação que uniu PT e PPS no mesmo palanque no DF, Augusto Carvalho acabou desalojado. “O presidente tem tomado decisões monocráticas, de forma centralizadora e antidemocrática, sem consultar a executiva ou o diretório”, reclama Lula Marques.

Chico Andrade não participou da reunião de segunda-feira. Os demais membros da executiva, inclusive Augusto Carvalho, votaram de forma unânime pela advertência. “A partir de agora, as inserções e estratégias do partido deverão ser discutidas e aprovadas”, afirma o secretário-geral.

Mudanças

O PPS vive um momento de mudanças de rumo. A partir da fusão com o PMN, já aprovada e que deverá ser sacramentada hoje, a legenda buscará um caminho para 2014. Muitas conversas têm sido realizadas para uma  possível aliança com os senadores Rodrigo Rollemberg (PSB) e Cristovam Buarque (PDT), além do deputado José Antônio Reguffe (PDT).

A partir da fundação de uma nova sigla, será aberta uma janela para possibilitar o ingresso de parlamentares sem o risco de perderem seus mandatos. A legislação eleitoral permite a mudança para legendas recém-criadas sem incorrer na regra da infidelidade partidária, que leva à cassação. A fusão levará à união entre antigos adversários no DF, como Augusto Carvalho, do PPS, e a deputada Jaqueline Roriz (PMN).

Por Ana Maria Campos
Fonte: Correio Braziliense - 17/04/2013