Ex-chefe de gabinete da Presidência, Rosemary, também foi indiciada. Relatório do inquérito foi encaminhado à justiça antes do prazo previsto.
A Polícia Federal encaminhou
à 5ª Vara Criminal da Justiça Federal em São Paulo o relatório final da
Operação Porto Seguro. O documento foi entregue na sexta (7) e indiciou 23
pessoas, inclunindo a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo,
Rosemary Noronha.
As novas
investigações apontam indícios de que ela também teria cometido o crime de
quadrilha.

O ex-diretor
da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) Tiago Pereira Lima
também está na lista e vai responder por corrupção passiva.
Em visita ao
Congresso na última semana, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
defendeu a autonomia da PF para investigar e disse que não havia indício de
quadrilha na Presidência da República. Neste sábado (8), em nota, o ministro
afirmou que, caso surgissem novos elementos, essa convicção poderia ser
revista.
Entre os
indiciados, estão também servidores da Agência Nacional de Águas, Agência
Nacional de Aviação Civil, Advocacia Geral da União, Ministério da Educação,
Secretaria do Patrimônio da União e Gabinete da Presidência da República em São
Paulo.
Além dos
crimes de formação de quadrilha, corrupção, tráfico de influência e falsidade
ideológica, as investigações indicam que foram cometidos também crimes de
violação de sigilo funcional e falsificação de documento. Segundo a Polícia
Federal, a organização, chefiada pelo ex-diretor da Agência Nacional de Águas
Paulo Vieira influenciava a elaboração de pareceres técnicos fraudulentos em
órgão federais para beneficiar interesses internos.
De acordo com o jornal
"Folha de S.Paulo", a operação foi encerrada em prazo recorde e é a
primeira vez desde 2003 que a PF em São Paulo conclui o relatório final de uma
operação complexa em duas semanas.
No entanto, a
PF não quis comentar o prazo de conclusão do inquérito e declarou que está
analisando o conteúdo de computadores apreendidos, que será encaminhado à
Justiça em três meses. Agora, o inquérito será encaminhado ao Ministério
Público, que pode oferecer denúncia, pedir mais investigações ou arquivar o
caso.