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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

PF conclui relatório da Operação Porto Seguro e indicia 23


Ex-chefe de gabinete da Presidência, Rosemary, também foi indiciada. Relatório do inquérito foi encaminhado à justiça antes do prazo previsto.



A Polícia Federal encaminhou à 5ª Vara Criminal da Justiça Federal em São Paulo o relatório final da Operação Porto Seguro. O documento foi entregue na sexta (7) e indiciou 23 pessoas, inclunindo a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha.
As novas investigações apontam indícios de que ela também teria cometido o crime de quadrilha.
Ela já havia sido indiciada por corrupção, tráfico de influência e falsidade ideológica. Nomeada pelo ex-presidente Lula, Rosemary foi mantida no cargo pela presidente Dilma Rousseff e acabou demitida após revelações da Operação Porto Seguro, da Polícia Federal.

O ex-diretor da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) Tiago Pereira Lima também está na lista e vai responder por corrupção passiva.
Em visita ao Congresso na última semana, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu a autonomia da PF para investigar e disse que não havia indício de quadrilha na Presidência da República. Neste sábado (8), em nota, o ministro afirmou que, caso surgissem novos elementos, essa convicção poderia ser revista.

Entre os indiciados, estão também servidores da Agência Nacional de Águas, Agência Nacional de Aviação Civil, Advocacia Geral da União, Ministério da Educação, Secretaria do Patrimônio da União e Gabinete da Presidência da República em São Paulo.
Além dos crimes de formação de quadrilha, corrupção, tráfico de influência e falsidade ideológica, as investigações indicam que foram cometidos também crimes de violação de sigilo funcional e falsificação de documento. Segundo a Polícia Federal, a organização, chefiada pelo ex-diretor da Agência Nacional de Águas Paulo Vieira influenciava a elaboração de pareceres técnicos fraudulentos em órgão federais para beneficiar interesses internos.

De acordo com o jornal "Folha de S.Paulo", a operação foi encerrada em prazo recorde e é a primeira vez desde 2003 que a PF em São Paulo conclui o relatório final de uma operação complexa em duas semanas.
No entanto, a PF não quis comentar o prazo de conclusão do inquérito e declarou que está analisando o conteúdo de computadores apreendidos, que será encaminhado à Justiça em três meses. Agora, o inquérito será encaminhado ao Ministério Público, que pode oferecer denúncia, pedir mais investigações ou arquivar o caso.