As palavras do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva na França, pedindo apoio a empresários “se um dia voltar a
ser candidato”, foram interpretadas por petistas e aliados mais como uma ameaça
ou balão de ensaio do que, propriamente, a disposição de concorrer a um cargo
eletivo em 2014. Lula não esconde de pessoas próximas a irritação sobre o
envolvimento do nome dele em denúncias, como as novas acusações feitas pelo
publicitário Marcos Valério e a deflagração da Operação Porto Seguro que levou
à exoneração da ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo
Rosemary Noronha. “O recado é claro dele: ‘se continuarem me perturbando, vou
para as ruas’”, disse um integrante do comando do PT.
Em seu discurso, Lula lembrou que sempre provocou medo entre o empresariado antes de ser eleito presidente em 2003. Ficou famosa a frase do então
presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp),
Mário Amato, em 1989, afirmando que, se Lula ganhasse as eleições, haveria uma
fuga dos responsáveis pelo PIB brasileiro. “Se Lula for eleito, 800 mil
empresários deixarão o país”, afirmou, à época. Segundo o expresidente, os
empresários certamente não votaram nele “por medo”, acrescentando ter hoje “orgulho
de dizer que eles nunca ganharam tanto dinheiro na vida” ou geraram tanto
emprego quanto na sua gestão.![]() |
O ex-presidente recebeu ontem, em Barcelona, o 24º Prêmio Internacional Catalunha, entregue pelo chefe do governo autônomo da Catalunha, Artur Mas |
Em seu discurso, Lula lembrou que sempre provocou medo entre o empresariado antes de ser eleito presidente em 2003. Ficou famosa a frase do então