Em carta enviada ao blog, um
policial militar desabafa sobre a situação da corporação e relata as
insatisfações da categoria com a atual gestão do DF
“Comandante
Geral,
Por favor,
não me represente, não diga que nós estamos trabalhando quando na verdade você
sabe que todos estão insatisfeitos, seja com seu comando seja com este governo.
...
Comandante
Geral, por favor, não me represente, quando afirma que estou trabalhando com
afinco e motivado, quando na verdade estou doente, endividado e para meus
filhos até livros faltaram este ano. Comandante Geral, por favor, não me
represente quando diz que éramos somente 300 policiais na praça quando fazíamos
nosso movimento reivindicatório. Aprenda ao menos a contar, tenha pelo menos a
dignidade de admitir os 3000 policiais
insatisfeitos que lá se encontravam.
Comandante Geral, por favor, não me represente ao soltar notas soltas e sem
ponta pela mídia, seja com operações malucas de policiamento, ou seja, com
sistemas inteligentes de contato com a polícia e comércio que nunca funcionam.
Tudo isso é balela, isso é antigo e não funciona. Comandante Geral, por favor,
não me represente ao dizer que você é o “único” representante da categoria.
Saiba que nunca o foi. Agora, comandante geral,me represente quando um oficial
da Polícia Militar for acusado de abuso sexual e seu processo correr dentro de
uma gaveta. Me represente, comandante geral, quando um colega vir a falecer
lutando para aumentar sua renda familiar e o senhor o acusar de “bico”.
Comandante-geral, me represente ao ir à mídia dizer que todos os quartéis estão
caindo aos pedaços e que o melhor seria investir o dinheiro desta mudança de
farda, ridícula, em melhorias nas instalações. Comandante-geral, me represente
ao dizer que pintar viatura é a coisa mais inútil que se poderia fazer diante
de toda falta de perspectiva e de todos os problemas que os praças têm hoje em
dia. Comandante-geral, me represente ao ir até o governador e dizer que não se
acha merecedor de R$ 32 mil reais de salário enquanto seu praça arrisca a vida
dia e noite ganhando apenas R$ 4,2 mil ao mês. Comandante-geral, não nos ameace
com regulamentos antigos e arcaicos como se você fosse um deus, pois quem está
na rua arriscando a vida somos nós, e não o senhor”.
* Escrito
por um policial militar que, por motivos contidos no RDE, não podemos revelar a
sua identidade.
Fonte: Leitor do blog -
09/11/2012