Para garantir sigilo, apenas 3 parlamentares poderão
entrar no local por vez. Deputado da oposição questiona proibição da entrada de
assessores.
Começa a funcionar nesta segunda-feira (7) a sala reservada de
informações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. Lá,
os integrantes do colegiado e seus suplentes poderão ter acesso aos documentos
sigilosos entregues pela Justiça sobre as operações Vegas e Monte Carlo, da
Polícia Federal.
Deputados e senadores deverão assinar um termo de compromisso com o
sigilo das informações e não poderão entrar com equipamentos eletrônicos (como
celulares, máquinas fotográficas e filmadoras) que permitam a reprodução de
documentos. As consultas poderão ser feitas entre 9 horas e 20 horas e só será
permitida a entrada de três parlamentares por vez - assessores não terão acesso
ao local.
O presidente da comissão, senador Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB), afirmou
que essa foi a solução encontrada para disponibilizar todos os documentos e, ao
mesmo tempo, permitir a manutenção do segredo de Justiça. "Houve CPI aqui
a que ninguém foi dada a leitura de documento secreto. Queremos adotar um
modelo de comissão que respeite todas as garantias constitucionais”, disse. Ao
justificar os procedimentos de segurança a serem adotados, o senador informou,
em nota, que isso é necessário para atender a exigências regimentais e
respeitar as determinações do ministro Ricardo Lewandowski, relator do
inquérito no STF.
Críticas
Para o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), no entanto, a sistemática vai impedir as investigações. O deputado afirmou que os parlamentares não têm condições técnicas de analisar sozinhos todo o material e precisam estar acompanhados de assessores.
Para o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), no entanto, a sistemática vai impedir as investigações. O deputado afirmou que os parlamentares não têm condições técnicas de analisar sozinhos todo o material e precisam estar acompanhados de assessores.
Sampaio argumentou que o Prodasen (centro de processamento de dados do
Senado) poderia criar outras alternativas, como fazer um ambiente virtual ao
qual os parlamentares teriam acesso com senhas, o que permitiria o controle, ou
mesmo abastecer notebooks que não pudessem ser copiados. Ele sustentou ainda
que o esquema adotado cria uma desigualdade com o relator, que poderá analisar
tudo com seus assessores. "Muito ruim a sistemática. Ela foi feita para
inviabilizar a investigação e para garantir ao relator acesso a tudo e aos
demais parlamentares, que são tão juízes quanto o relator, acesso a nada",
criticou.
Inquérito
A sala, de aproximadamente15
m² , vai funcionar no subsolo da sala da CPMI, no Senado,
e terá três computadores abastecidos com os dados compartilhados pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) sobre o caso Cachoeira. As máquinas não terão acesso à
internet e o local será monitorado por câmeras. Nos primeiros dias, os
computadores estarão abastecidos com o processo relativo à Operação Vegas, que
tem como um dos acusados o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). A CPMI
deve receber durante a semana os documentos relativos à Operação Monte Carlo,
que está na 11ª vara federal de Goiás.
A sala, de aproximadamente