O
governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), procurou a cúpula do seu partido em
busca de apoio para evitar que seja convocado a prestar esclarecimento à CPI do
Cachoeira sobre suas relações com a construtora Delta, um dos alvos da
comissão.
Dois requerimentos foram
apresentados à CPI pedindo a convocação de Cabral depois da divulgação de fotos
e vídeos em que ele aparece ao lado do dono da empresa, Fernando Cavendish, em
Paris e Monte Carlo.
A Delta entrou na mira da CPI
porque investigações da Polícia Federal mostraram ligações entre ela e o
empresário Carlinhos Cachoeira, preso sob a acusação de explorar jogos ilegais
e comandar um esquema de corrupção.
Os requerimentos que pedem a
convocação de Cabral devem ser votados no dia 17 e podem ganhar força se a Procuradoria-Geral
da República abrir investigação sobre o governador e a Delta.
O blog do jornalista Josias
de Souza informou ontem que o procurador Roberto Gurgel fará uma análise
preliminar dos negócios do governo com a construtora.
Segundo o blog, Gurgel também
decidiu pedir ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) que investigue o governador
de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que também manteve relações com Cachoeira nos
últimos anos, segundo a PF.
A Folha apurou que o governador do Rio
procurou o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o líder do PMDB no
Senado, Renan Calheiros (AL), além de membros do PSDB, partido ao qual foi
filiado anteriormente.
A assessoria de imprensa de
Cabral afirmou à Folha que o governador "mantém diálogo com lideranças
nacionais e regionais do PMDB", mas não quis fazer comentários sobre o
teor de suas conversas mais recentes.
O movimento de Cabral surtiu
efeitos ontem. "Não é uma CPI social para investigar jantar de governador",
disse o líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN).
"Você acha que deve se
convocar um governador só porque foi a Paris? Tem gravações dele com Cachoeira?
Também não há nada contra o Cavendish", afirmou o deputado Candido
Vaccarezza (PT-SP), que dita a posição do PT na CPI.
Nesta semana a CPI vai ouvir
em sessões fechadas dois procuradores e dois delegados que participaram das
investigações sobre o grupo de Cachoeira. (andreza matais, erich decat e
gabriela guerreiro)
Fonte: Folha